Pobre Inácio
Inácio foi durante muito tempo operário em uma fábrica especializada em produzir cinzeiro para motos. Trabalhava de sol a sol e era um grande companheiro para seus colegas de trabalho.
Reunia-se com todos para a pelada de quarta-feira na quadra coberta do Rubinho. Este por sinal, já estava cansado das piadas sobre um famoso homônimo, mas esta parte da vida de Inácio não vem ao caso. Se você deseja saber mais, use a imaginação. Afinal, este é um texto fantasioso.
Todos devem ter ouvido algo a respeito da famigerada crise que assolou os Estados Unidos e, consequentemente, o resto do mundo. Pois bem, nessa história de mudar a carga horária ou demitir funcionário, Inácio “rodou”. Isso mesmo, foi demitido sem aviso prévio e já estava quase aposentando. Provavelmente não conseguiria emprego em nenhuma outra fábrica no abrangente ramo da produção de cinzeiro de moto.
As indústrias estavam demitindo para não caírem na dança das cadeiras. Era um ano apertado e fechá-lo no vermelho não era algo esperado, muito menos desejado.
Continuava reunido com seus amigos, que foram todos demitidos (talvez aquele ditado “diga-me com quem andas e ti direi quem és” não serviria para a ocasião, pois apenas educadores falam isto para adolescentes rebeldes). Mas a cerveja e o churrasco no domingão era algo que não deixariam de fazer.
Foi durante o ocioso domingo que Inácio proferiu palavras tão sábias que jamais nenhum de seus amigos esqueceu: É... Aquele partido era somente ilusão. Depois, todos fizeram silencio e repetiram estas palavras para si mesmos.
Não foi motivo para acabar a festa, mas todos ficaram abalados. No mês seguinte, todos os amigos, inclusive Inácio, arranjaram emprego no ressurgente negócio de produção de rebimboca para parafusetas.
1 comentários:
Muuuuuito bom
^^
Bruno
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