sexta-feira, 3 de abril de 2009

O que você vai ser quando crescer?

É comum entre as crianças de todo o mundo sonharem no que querem se tornar quando crescerem. Algumas querem ser astronautas, bombeiros, médicos, esportistas, etc.

É uma fase gostosa e que deve ser fomentada pelos pais, mas sem imposições e cobranças, apenas incentivos.kichute

Entre os meninos que usam calção e ralam joelhos na rua, arrancam tampas de dedo nos meio-fios da calçada e correm atrás da pelota, de cada 100, 99 querem ser jogadores de futebol.

E é até compreensível. Vivemos no país do futebol. País pobre, diga-se de passagem, onde o sucesso repentino com o esporte é a tábua de salvação para muitos deles e suas famílias. É até difícil ver um jogador de sucesso hoje que tenha nascido em berço de outro.

Eu era um menino que usava calção, ralava o joelho na rua, arrancava tampa de dedão no meio-fio da calçada correndo atrás da pelota. Mas também era aquele 1 em 100 que não queria ser jogador de futebol.

Não foi por falta de incentivo, porque até um ki-chute eu tinha. Quem tem mais de 25 anos com certeza se lembra do ki-chute. Com o solado feito de borracha de pneu de caminhão e lona preta, o tênis era uma sensação entre a garotada.

Mas naquela época eu já tinha outros planos. Por mais estranho que possa parecer eu queria ser cronista esportivo.

Nem tanto pela minha falta de habilidade com a bola (que era evidente), mas talvez pela habilidade com as palavras e as frases soltas na cabeça.

Quando eu jogava futebol na rua e esperava minha vez de entrar ficava analisando, como os cronistas, o posicionamento, a jogada que deveria ter sido feita em profundidade, a linha de impedimento, o jogador que segurava demais a bola...

Tudo isso vinha em mente como num turbilhão. E eu me sentia muito mais realizado pensando naquilo, observando o jogo dos outros e comentando as jogadas do que efetivamente jogando! Até porque jogar eu jogava por insistência, porque talento futebolístico me foi negado pelo Criador.

Não, eu não era do tipo “professor”. Eu não queria inventar táticas, corrigir posicionamento dos atacantes nem ensinar fundamentos aos zagueiros. Tenho aversão aos jogadores de futebol que chamam a seus técnicos de “professor”.

O que eu queria mesmo era ser cronista esportivo. Adorava os comentários do Nelson Rodrigues, especialmente quando ele falava do seu Fluminense e quando evocava Gravatinha e o Sr. Sobrenatural de Almeida.

Sempre fui fã do Mário Filho, o criador de multidões que influenciou na criação de toda áurea que envolve o Fla-Flu e dono do primeiro jornal dedicado exclusivamente aos esportes no Brasil.

Até o Roberto Drummond, ou Druda como um colega o chamava, era excepcional cronista quando ele dava seus pitacos e falava do seu Galo Doido (Atlético-MG).

Mas o tempo passou e eu cresci. Trilhei outros rumos. Não me tornei cronista esportivo.

Não, também não sou frustrado por não ser algo que queria quando era criança. A maioria das crianças quando adultas não seguem a profissão que pensaram nos tempos de antanho. Quantas crianças brasileiras queriam ser astronautas e só o Marcos Pontes (brasileiro que foi ao espaço) conseguiu?

Não sou cronista. Mas por diversão, ainda dou meus pitacos.

Assinado,

Nemo Tenetur

3 comentários:

Inez disse...

Excelente seu texto. Toda criança ora quer ser astronauta, ora quer ser jogadorde futebol, piloto de corrida e milhões de outras coisas, claro quando crescem muda totalmente. Muitos podem escolher a profissão, mas a grande maioria ainda está dentro dos escolhidos, precisam de um trabalho o que vier é lucro.
Você não é um cronist, mas escreve muito bem.

Provisório disse...

Obrigado pelos elogios

Dicas Trades B3 disse...

Muito Legal seu blog, parabens!

Gostaria de saber onde vc colocou a imagem ou do TOPBLOG(ttp://www.topblog.com.b), pois recebi uma indicação para colocar meu blog no site deles e concorrer ao prêmio.

http://www.tntjogos.net

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