quinta-feira, 4 de junho de 2009

“E daí?”

tonemai Arnaldo sempre foi o cara antipático da turma. Era assim, não por causa dessas reportagens que passam no Fantástico sobre como tal pessoa é excluída do convívio social, ele era assim porque gostava de ser daquele jeito.

Ele não entendia por quê ninguém conseguia compreender sua intenção de ficar quieto no seu canto. Qual o problema do menino não conversar com pessoa alguma?

A mãe já achava que era algum fator de stress que o menino estava passando. Levou ele ao psicólogo, psiquiatra, tentou mudar a marca do leite e trocar o tecido das roupas que o filho usava. Nada, o menino sempre naquela quietude. Ele não se sentia reprimido, coisa e tal. Achava interessante o comportamento daquelas pessoas que não paravam de preocupar com sua pessoa.

O pai, rapaz ideológico, já proferia que o convívio e o relacionamento com pessoas fazem parte da característica de sobrevivência humana. Citava “Do Contrato Social” de Jean-Jacques Rousseau. O menino apenas olhava e continuava a tomar seu café.

Essa história não tem um final feliz, Arnaldo não conseguiu superar esse trauma, que para ele não existia, nem se tornar um homem de sucesso, com uma brilhante carreira no futuro. Ele continuou com seu jeito calado de sempre, não ligava muito para convenções sociais.

No fundo, é uma coisa que todo mundo queria ter, o desprendimento social. Sabe aquela hora que alguém vai falar com você, e não é uma boa hora, então sempre temos que dar atenção? Para Arnaldo era diferente, ele apenas abaixava a cabeça e morria de rir por dentro.

***

PS: queria colocar o título do post de “Fuck You!”, mas, infelizmente, não tenho esse desprendimento social.

0 comentários:

Postar um comentário

Não seja econômico nas palavras...
Para contato clique aqui

OBS: Os comentários não refletem as opiniões do autor.

  ©Template Blogger Writer II by Dicas Blogger.

SUBIR